Prof. Luiz
MASCARENHAS*
Capela do Bonfim, 16 de outubro de
2014. Capela do Bonfim, 26 de março de 2017. A primeira data refere-se ao
grande sinistro: o incêndio. A segunda marca o novo tempo: sua reinauguração.
O rosáceo dos paramentos dos clérigos
se tornou mais vivo com a intensidade do sol naquela manhã. Presentes o bispo
da Diocese, Dom José Carlos de Souza Campos, o Pe. Breno Antônio dos Santos –
responsável pela Paróquia Nossa Senhora de Fátima- circunscrição religiosa
aonde se localiza a Capela do Bonfim; seu vigário auxiliar, Pe. Marcelo Geraldo
de Oliveira; Pe. Everaldo Quirino Ferreira –
da Paróquia Sant’ana- e o Pe. José Luiz de Freitas. Dentre as
autoridades civis, o Prefeito Neider Moreira e a primeira dama, bem como
diversos secretários municipais; representante do Ministério Público e a
Imprensa local.
Os vibrantes dobrados da Banda de
Música “Sagrado Coração de Jesus” deram o tom festivo à solenidade. Após o rito cerimonial de praxe, as
nominadas de autoridades e de pessoas gradas da Sociedade, com execução do Hino
Nacional Brasileiro e a sentida ausência do Hino Municipal de Itaúna – visto se
tratar de um resgate da História da cidade, o Sr. Bispo ao final de sua fala fez ecoar pelo vale
do São João o som do velho sino a conclamar os fiéis para a Santa Missa.
No trecho do Evangelho de São João (Jo
9,1.6-9.13-17.34-38) ouviu-se o mesmo a
jogar com as palavras luz/ trevas, cegueira/visão, cego que vê, doutores com
boas vistas e que não enxergam....Fez-se
pensar e muito. Se na noite do dia 16 de outubro de 2014, a cegueira de
alguns poucos levou a uma violência contra o Patrimônio de todos, naquela manhã
de domingo, 26 de março, a luz era intensa novamente- não somente vinda do alto
do céu, mas na percepção daqueles que ali estavam para fazer reviver a pequena
capelinha do Senhor do Bonfim.
Na noite de outubro, quando do
incêndio, as chamas do mesmo não conseguiram iluminar os corações, mas
conseguiram tornar claro a cegueira de todos ao relegar o Bonfim ao abandono. O
arder das chamas fez inflamar as consciências adormecidas... “Desperta, tu que
dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá” ( Ef 5,
14) , alertou São Paulo aos itaunenses.
Não se trata apenas e tão somente da capela de pedra, cal e madeiras…Mas
do templo espiritual interno de cada um que reside nas barrancas de Sant’ana do
rio São João Acima. É tempo de reconstruir-se. E segue Paulo Apóstolo em sua
admoestação... “Não vos associeis às obras das trevas, que não levam a nada;
antes, desmascarai-as” (Ef 5, 11).
E naquela manhã o “Senhor nos conduziu
pelos prados e campinas verdejantes” (Sl 22)
até o alto do Bonfim. Capela restaurada através de parcerias diversas;
entre a Mitra Diocesana de Divinópolis, a Paróquia de Fátima, o Ministério
Público, a Prefeitura Municipal e tantos outros agentes anônimos.
Apesar de ainda não ter sua peça sacra principal que a caracterizava – o seu antigo altar-mor: o altar do SENHOR DO BONFIM- e carecer também de uma otimização da via de acesso, de segurança, de uma adequada arborização e sua ocupação sadia, através de eventos religiosos e civis...Mas... “Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração” ( 1Sm 16, 7). As lentes das câmeras registraram o que se vê; o olhar de Deus sondou os corações dos homens e enxergou o real motivo de cada um ali estar naquela manhã.
Apesar de ainda não ter sua peça sacra principal que a caracterizava – o seu antigo altar-mor: o altar do SENHOR DO BONFIM- e carecer também de uma otimização da via de acesso, de segurança, de uma adequada arborização e sua ocupação sadia, através de eventos religiosos e civis...Mas... “Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração” ( 1Sm 16, 7). As lentes das câmeras registraram o que se vê; o olhar de Deus sondou os corações dos homens e enxergou o real motivo de cada um ali estar naquela manhã.
Enfim, resta agora aos itaunenses –
com a Capela do Rosário restaurada, com a Matriz de Sant’ana restaurada
(leia-se e agradeça-se à Arquê Construtora) e com a Capela do Bonfim
reconstruída, passar à restauração de nossa gente. A restauração da alma
itaunense. Que se restaure a luz dos corações para que nos unamos na
reconstrução de nossa própria cidade. Deixemos de lado as cegueiras das
vaidades políticas pessoais que nada constroem; vamos abrir os olhos do
espírito e caminhar para as águas repousantes da Justiça Social e do Bem Comum.
E assim, Felicidade e todo bem hão de
seguir-nos por toda a nossa vida.
* Colaborador para o Blog Itaúna Décadas.
Fotografias:
Adilson Nogueira
Luiz Mascarenhas
Organização:
Charles Aquino
Nota: O autor é responsável pelos trabalhos aqui publicados, o qual, também ficará responsável pelas suas correções.
Nota: O autor é responsável pelos trabalhos aqui publicados, o qual, também ficará responsável pelas suas correções.