Desde sua criação em 2011, o Itaúna Décadas assumiu o compromisso de sistematizar, difundir e problematizar a história de Itaúna, contribuindo para o entendimento de sua formação social, cultural e econômica.
Fruto de pesquisa documental e da
interlocução com fontes orais, o blog consolidou-se como referência para
estudiosos, educadores e cidadãos interessados na trajetória desta cidade que,
historicamente, integrou o Sertão de Pitangui e o Centro-Oeste Mineiro.
Importa ressaltar
que o Itaúna Décadas funciona como plataforma aglutinadora de diversos projetos
colaterais cujos subblogs aprofundam temáticas específicas, tais como:
Ruas de Itaúna: proposta de investigação sobre a história inscrita nos nomes dos logradouros da cidade, que oferece um novo olhar à evolução urbana e toponímica de sua malha viária, refletindo as transformações socioespaciais ao longo do tempo.
Este
estudo também destaca as personalidades que marcaram a trajetória do município,
defendendo a preservação da memória e a valorização desses agentes — entre
outras figuras relevantes — cuja atuação contribuiu de forma decisiva para o
desenvolvimento de Itaúna.
Casa de Caridade
de Itaúna: estudo institucional e histórico aprofundado da Casa de Caridade
Manoel Gonçalves de Souza Moreira (Santa Casa), que investiga suas origens, sua
estrutura funcional, a trajetória de resistência e os impactos no sistema de
saúde e de assistência social local. Essa análise considera as políticas
públicas vigentes na província mineira até os dias de hoje.
Afrodescendentes
de Itaúna: pesquisa dedicada a identificar, resgatar e divulgar a presença, as
estratégias de sociabilidade e a memória das populações afrodescendentes em
Itaúna, contribuindo para uma historiografia que amplie a compreensão das
dinâmicas étnico-raciais no interior de Minas Gerais.
Resgate da
História do Centro-Oeste Mineiro e Sertão de Pitangui: projeto que
contextualiza Itaúna no âmbito administrativo e territorial do antigo Sertão de
Pitangui, mapeando redes de circulação mercantil, fluxos de escravizados,
práticas religiosas e estruturas de poder econômico entre os séculos XVII e
XIX.
A consolidação
dessas frentes de pesquisa, todas hospedadas sob o domínio
itaunaemdecadas.blogspot.com, revela a pluralidade de abordagens que o blog
oferece aos leitores. Essa rede de publicações vem sendo construída a partir de
leituras de várias fontes primárias—como atas capitulares, registros
paroquiais, documentos notariais e periódicos locais—e de um diálogo contínuo
com a historiografia regional e nacional.
O alcance de um milhão de visualizações simboliza, em termos acadêmicos, a consolidação de um espaço digital de memória que ultrapassa a simples acumulação de acessos. Trata-se de um indicador de que o público reconhece a importância de recuperar narrativas muitas vezes marginalizadas pelos cânones historiográficos tradicionais — seja a trajetória dos afrodescendentes, o legado das instituições assistenciais, a dinâmica urbana ou as redes de poder econômico que se formaram em torno de “Pedra Negra” (Itaúna) quando parte do antigo Sertão de Pitangui.
Cada visita contabilizada representa um agente interessado
em refletir sobre as raízes da comunidade, materializando, assim, o processo de
construção de uma identidade coletiva.
Agradeço
sinceramente a todos os colaboradores, leitores, parceiros institucionais e
fontes orais que, ao longo dos anos, dedicaram tempo e interesse para
viabilizar este projeto. O sucesso alcançado é o resultado de múltiplas
contribuições: depoimentos de moradores, doações de acervos fotográficos,
indicações de documentos e debates estimulantes com pesquisadores locais.
Por fim, reafirmo meu compromisso com o aprofundamento contínuo das pesquisas apresentadas no Itaúna Décadas e, em especial, nos subblogs: Ruas de Itaúna, Casa de Caridade de Itaúna, Afrodescendentes de Itaúna e Resgate da História do Centro-Oeste Mineiro e Sertão de Pitangui. Que este marco de um milhão de visualizações seja um convite renovado à reflexão crítica sobre nossa história, incentivando novos leitores a colaborarem com sugestões, correções e relatos que possam enriquecer ainda mais este espaço.
Charles Aquino
Historiador - Registro Nº 343/MG