Na
história do Brasil que me ensinaram, nunca foi mencionada a dor de barriga do
Imperador Pedro I e seu descarrego nas margens do riacho Ypiranga. Nos dias de hoje, não temos mais segredos. Até em novela
fez menção ao desarranjo intestinal do filho de D. João VI. Tal fato não
desmerece o jovem Imperador. Era impulsivo, amante como poucos e excelente
músico. Fez o Brasil independente. Teve uma multidão de filhos e ainda teve
tempo de ser o rei Pedro IV de Portugal. Morreu com trinta e seis anos.
A
Independência se deu em Sete de Setembro de 1822. Em 15 de novembro de 1889, o
marechal Floriano Peixoto, monarquista e opositor dos republicanos, foi tirado
da cama pelo Tente. Coronel Benjamim Constant, este sim, republicano. O
marechal estava acamado e era amigo do velho Pedro II. Convencido pelos
subordinados que armaram uma "fofoca" a respeito de uma mulher e um
desafeto, o veterano da Guerra do Paraguai proclamou a República. Feito isso
voltou para cama.
Dá
para notar que o Brasil já nasce doente. Na Independência e na República. Ser
republicano não é nenhum mal e tampouco ser monarquista é pecado. Aliás, uma
das palavras mais usadas e mal utilizadas no Brasil de hoje e republicano. Os
políticos a usam a torto e a direito, por qualquer motivo.
Entretanto,
ser republicano ao ponto de trocar a data da Independência pela a data da
Proclamação da República é demais!!!
“Um
prefeito municipal da cidade de Itaúna cometeu esta gafe”. Não se sabe se foi
de propósito, por não gostar da monarquia ou se foi um engano. No meu sentir,
foi por picuinha com D. Pedro. Afinal, no decreto municipal que foi publicado,
nota-se a palavra “RECAIRÁ” em alusão
ao Sete de Setembro. Depreende-se que em anos anteriores a inversão já existia.
Simples assim.
Trocar
o jovem e impetuoso Imperador pelo velho marechal, somente em Sant'Ana do São
João Acima. Por precaução, aqui vai um aviso ao jovem intendente da urbe. D.
Pedro II, apesar da barba branca e a aparência de velho, é filho de D. Pedro I,
não o contrário como muitos pensam!!!!
Notas:
O
jornalista baiano, ex- político Sebastião Nery em sua vasta obra, escreveu um
livro que fez um enorme sucesso. Se não me trai a memória, tem o título de Histórias do Folclore Político Brasileiro,
volumes I e II. Na publicação ele enumera inúmeras gafes de alcaides do
interior e de capitais. Prefeitos dispostos a revogar a Lei de Gravidade de Isaac
Newton e a Lei da oferta e Procura. Só não conseguiram levar a cabo a tarefa,
ao serem advertidos pela oposição. Disseram aos prefeitos que as ditas leis
eram federais e se sobrepunham ao poder municipal.
*Urtigão
(desde 1943) é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, que viveu em
Itaúna nas décadas de 50 e 60. Causo verídico enviado especialmente para o blog
Itaúna Décadas em 10/09/2017.
Obs..: O episódio de se fazer a "proclamação do 7 de setembro" foi no ano de 2017.