ITAÚNA: MEADOS DA DÉCADA DE 50
O Prefeito era o Dr. Milton de Oliveira Penido, que urbanizou nossa praça Dr. Augusto Gonçalves. Na foto aparecem as diversas partes da Praça, já com grama. No número 1 está o centro da Praça. Naquela época, à esquerda do número 1, as moças e rapazes (como se chamavam os JOVENS), iam todas as terças, quintas e sábados fazer o “footing” ou “avenida”, como era mais conhecido.
Ao lado das calçadas ficavam os rapazes, formando um corredor, e ao centro as moças, várias, de braços dados, iam e vinham, vendo e se mostrando, trocando olhares, etc. Quando havia uma química, logo aparecia um “cupido”, geralmente uma “amiga” para tentar iniciar um eventual encontro, namoro e, em muitíssimos casos estes encontros se transformaram em casamentos, muitos durando até hoje.
Não é o meu caso, já com 42 anos de casado, pois nosso namoro teve início no Colégio Santana, eu como professor e minha esposa, aluna. Durante a semana este “footing” durava no máximo até 21 horas, quando todos se recolhiam para suas casas, respeitando os horários estabelecidos pelos pais.
Aos sábados grande parte preferia ir ao cinema. Na foto vemos no número 5 o Cine Rex, com uma grande sala de projeção (construção nova), conservando, porém, a fachada primitiva. Quando o filme chamava atenção a fila começava na entrada do cinema e, por muitas vezes, ia até à Rua Cel. Francisco Franco. Os casais ou os que estavam sós e optavam por não irem ao cinema, iam para o Clube UNIÃO, onde havia a tradicional “hora dançante”, com música ao vivo (conjuntos itaunenses”) ou ao som de discos.
Algum tempo depois foi construído o ex-Cine Popular e depois Bagdá e a movimentação era a mesma. (Abrindo este parênteses, esclareço que houve uma época que em Itaúna havia 3 (três) salas de cinema: Cine Bagdá (onde hoje está o Bradesco), o Cine Rex e o Cine Popular (depois Bagdá) hoje transformado em estacionamento. A juventude de hoje que ler este artigo poderá pensar: que maneira idiota de viver a juventude. O que havia, na verdade, era um absoluto respeito aos pais, aos amigos e amigas, enfim, ao próximo.
A palavra “DROGA” (maconha, etc.) era praticamente desconhecida. Obviamente que havia a bebida alcoólica, mas poucos, muito poucos abusavam dela. Espero que os “sessentões” que lerem este artigo, gostem. Na época eu tinha cerca de 15 anos e somente comecei a participar aos 18. Meu pai não permitia. Os demais pontos importantes da fotografia estão devidamente identificados.
Juarez Nogueira Franco