terça-feira, março 19, 2013

PRAÇA MATRIZ DÉCADA 50

ITAÚNA: MEADOS DA DÉCADA DE 50

  O Prefeito era o Dr. Milton de Oliveira Penido, que urbanizou nossa praça Dr. Augusto Gonçalves. Na foto aparecem as diversas partes da Praça, já com grama. No número 1 está o centro da Praça. Naquela época, à esquerda do número 1, as moças e rapazes (como se chamavam os JOVENS), iam todas as terças, quintas e sábados fazer o “footing” ou “avenida”, como era mais conhecido.

 Ao lado das calçadas ficavam os rapazes, formando um corredor, e ao centro as moças, várias, de braços dados, iam e vinham, vendo e se mostrando, trocando olhares, etc. Quando havia uma química, logo aparecia um “cupido”, geralmente uma “amiga” para tentar iniciar um eventual encontro, namoro e, em muitíssimos casos estes encontros se transformaram em casamentos, muitos durando até hoje.

 Não é o meu caso, já com 42 anos de casado, pois nosso namoro teve início no Colégio Santana, eu como professor e minha esposa, aluna. Durante a semana este “footing” durava no máximo até 21 horas, quando todos se recolhiam para suas casas, respeitando os horários estabelecidos pelos pais.

 Aos sábados grande parte preferia ir ao cinema. Na foto vemos no número 5 o Cine Rex, com uma grande sala de projeção (construção nova), conservando, porém, a fachada primitiva. Quando o filme chamava atenção a fila começava na entrada do cinema e, por muitas vezes, ia até à Rua Cel. Francisco Franco. Os casais ou os que estavam sós e optavam por não irem ao cinema, iam para o Clube UNIÃO, onde havia a tradicional “hora dançante”, com música ao vivo (conjuntos itaunenses”) ou ao som de discos.

 Algum tempo depois foi construído o ex-Cine Popular e depois Bagdá e a movimentação era a mesma. (Abrindo este parênteses, esclareço que houve uma época que em Itaúna havia 3 (três) salas de cinema: Cine Bagdá (onde hoje está o Bradesco), o Cine Rex e o Cine Popular (depois Bagdá) hoje transformado em estacionamento. A juventude de hoje que ler este artigo poderá pensar: que maneira idiota de viver a juventude. O que havia, na verdade, era um absoluto respeito aos pais, aos amigos e amigas, enfim, ao próximo.

 A palavra “DROGA” (maconha, etc.) era praticamente desconhecida. Obviamente que havia a bebida alcoólica, mas poucos, muito poucos abusavam dela. Espero que os “sessentões” que lerem este artigo, gostem. Na época eu tinha cerca de 15 anos e somente comecei a participar aos 18. Meu pai não permitia. Os demais pontos importantes da fotografia estão devidamente identificados.

  Juarez Nogueira Franco

sábado, março 02, 2013

PRAÇA DA LAGOINHA

LENDA OU VERDADE?

O objetivo deste artigo é falar sobre este casarão, que ficava situado na esquina da Rua José Gonçalves com Praça Francisco Marques (LAGOINHA), do lado direito, ao lado do semáforo, onde hoje há um prédio que abriga lojas e uma sorveteria e também sobre a razão pela qual a referida praça tem o apelido de LAGOINHA. Supõe-se que tal imóvel tenha sido construído quando Itaúna ainda era a Vila de Sant'Ana de São João Acima, não se sabe por quem. Sabe-se que pertenceu ao Sr. Alfredo Jorge Mina (Alfredo Turco) (conforme informações da família do comprador). Na década de 20 foi vendida ao Sr. OLÍMPIO JOSÉ DA SILVEIRA e sua esposa MARIA IRENE DA SILVA, vindos de Conquista (ITAGUARA). Aqui o Sr. Olímpio e Dª Maria Irene tiveram outros filhos, e morreram.
Não conheci pessoalmente nenhum, mas sou amigo de dois filhos: Mardoqueu José da Silva (o conhecido DOCA, que trabalhou por mais de 40 anos na Itaunense), e Menevides José da Silva, também ex-funcionário de mesma empresa e casado com a Sra. Zelma Antunes de Castro Silva. Apenas uma vez entrei nesta casa, imensa, como se pode ver pela foto e toda assoalhada. Na parte que dava para a Praça Francisco Marques (LAGOINHA), haviam várias pequenas lojas que serviam de barbearia, engraxataria, mercadinhos, etc. Na década de 60 os herdeiros de do Sr. OLÍMPIO venderam o referido imóvel, quando foi erguido o atual prédio. 
Conforme o título deste artigo há uma história ou estória sobre o porquê de LAGOINHA. Certa vez meu pai SEBASTIÃO ALVES FRANCO (Tião Franco), contou-me que o pai dele, meu avô JOSÉ ALVES FRANCO (Zeca Franco) contava o seguinte caso: ANTONIO JOSÉ ALVES FRANCO (pai de Zeca Franco), dizia (por ouvir falar) que, quando Itaúna ainda era a Vila de Sant'Ana do Rio São João Acima, (meados do século 19), bem no centro da praça havia uma pequena LAGOA. 
Do lado sul a vila terminava aqui. A atual Rua Marechal Deodoro chamava-se Rua do Canto, justamente por estar no canto da vila e dela saía uma trilha que levava ao Caminho onde hoje é a Rua Mozart Machado. Este caminho levava até ao povoado de São Sebastião do Itatiayussu, (hoje cidade de Itatiaiuçu), povoado de Conquista (hoje cidade Itaguara), Termo de BONFIM e continuando, alcançava a Estrada Real. 
Segundo o saudoso historiador Dr. Guaracy de Castro Nogueira, o fundador de Itaúna, GABRIEL DA SILVA PEREIRA, foi quem abriu a primeira picada (caminho), passando pelo Arraial de Sant'Ana, ligando BONFIM a PITANGUI, os dois mais importantes centros da Região. Voltando à LAGOINHA, meu bisavô dizia (por ouvir falar), que ela era abastecida por uma água vinda de uma mina que estaria situada no terreno onde hoje está o Colégio Santana. A sobra (quando enchia), saía pelo ladrão e descia pelo atual trecho da Rua Dr. José Gonçalves que vai da LAGOINHA até o Rio São João.
No princípio eu disse "lenda" ou "verdade". Realmente nenhum dos historiadores itaunenses, especialmente JOÃO DORNAS, em momento algum fala sobre isto. Por esta razão não há como provar se é Verdade ou Lenda. No entanto, se disser à maioria dos habitantes de Itaúna que moro na LAGOINHA, ninguém terá dúvida. Saberá onde é certamente. Por que razão então do nome LAGOINHA? Alguma coisa houve! 



Texto: Juarez Nogueira Franco (In memoriam)
Fonte Oral: Família de Olímpio José da Silveira / antepassados
Organização: Charles Aquino